sábado, 4 de dezembro de 2010

Nova Descoberta da NASA


A mais recente descoberta da NASA trouxe burburinho no mundo científico, pois foram gerados boatos que seria anunciada a descoberta de vida Extra Terrestre(ET).

Na verdade, a descoberta, trata-se da bactéria Batizada de GFAJ-1. Existem evidências de que essa bactéria  é capaz de substituir o nutriente essencial fósforo por arsênico - um elemento tóxico para a maioria das formas de vida conhecidas. Tal descoberta,  expande o horizonte para a busca de vida fora da Terra, anunciam os cientistas que assinam a pesquisa descrita no serviço online da revistaScience, o Science Express.

Todas as formas de vida conhecidas até hoje - plantas, animais e micro-organismos - dependem de seis elementos químicos para construir as moléculas que compõem seus corpos: oxigênio, hidrogênio, carbono, fósforo, enxofre e nitrogênio. A bactéria descoberta pela equipe de cientistas liderada por  Felisa Wolfe-Simon, da Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, seria a primeira exceção conhecida à regra.



Não se trata de uma exceção trivial: o fósforo faz parte da estrutura do DNA e é um componente do ATP, a molécula usada para transportar energia no metabolismo celular.
Batizado de GFAJ-1, o novo organismo foi encontrado em sedimentos do Lago Mono, da Califórnia. O lago é extremamente salgado e conta com níveis elevados de arsênico, um elemento que fica logo abaixo do fósforo na Tabela Periódica.

"A vida como a conhecemos requer alguns elementos químicos em particular e exclui outros", disse, em nota divulgada pela Universidade Estadual do Arizona, um dos coautores do estudo,  Ariel Anbar. "Mas seriam essas as únicas opções? Como a vida poderia ser diferente?" Um dos princípios da busca por vida em outros planetas, acrescenta Anbar, é que os cientistas devem "seguir os elementos". "O estudo mostra que temos de pensar melhor em que elementos seguir", acredita.

A idéia de que arsênico poderia substituir fósforo já havia sido apresentada por Felisa, Anbar e por Paul Davies - que também assina o artigo na Science Express - em trabalho publicado em 2009 no International Journal of Astrobiology. "Nós não apenas sugerimos que sistemas bioquímicos análogos aos conhecidos hoje poderiam usar arseniato (composto de arsênico e oxigênio) no papel equivalente do fosfato", diz Felisa. "Mas também que esses organismos poderiam ter evoluído na Terra antiga e persistir em ambientes incomuns até hoje".

A  descoberta...

Depois de recolher lama do fundo do Lago Mono - que é três vezes mais salgado do que o oceano - os pesquisadores passaram a cultivar, em laboratório, os micróbios extraídos dali, usando uma dieta onde entravam doses crescentes de arsênico.

A taxa de arsênico em relação a fósforo no meio de cultura foi sendo ampliada paulatinamente, com a transferência de populações de bactérias para meios cada vez mais pobres no elemento tradicional da vida e cada vez mais ricas no material tóxico, até um ponto onde qualquer bactéria que ainda estivesse produzindo DNA, ATP e outras moléculas que dependem de fósforo fosse forçada a usar arsênico no lugar - ou morrer.

Quando o microscópio revelou que havia micróbios vivos mesmo no meio de cultura mais concentrado, uma série de análises delicadas foi realizada para determinar se o arsênico estava mesmo sendo utilizado como "material de construção" pelas bactérias. 

Os testes revelaram que o arsênico estava realmente dentro das células. Depois, com o uso de material radiativo baseado em arsênico, os cientistas conseguiram encontrar sinais do elemento em fragmentos de moléculas de proteína, gordura e material genético.

Aprofundando a análise, a equipe determinou a presença de arsênico no DNA purificado das bactérias. Testes com raios X de alta intensidade indicaram que o arsênico presente ali estaria cumprindo uma função química, dentro da molécula de DNA, análoga à do fósforo.

Davies, um físico que vem se especializando na questão da busca por vida extraterrestre, acredita que o micróbio GFAJ-1 é apenas "a ponta do iceberg". "Isso tem o potencial de abrir um novo domínio na microbiologia", disse ele, também por meio de nota. Felisa acrescenta: "Se uma coisa na Terra pode fazer algo tão inesperado, o que mais a vida pode fazer que não vimos ainda?"

Sobre a importância da descoberta para a astronomia, as pesquisadorea da NASA explicaram que é uma expansão do conceito de meio ambiente habitável. Segundo elas, a descoberta lança um novo foco nas pesquisas espaciais, na qual elementos químicos e ambientes previamente inabitáveis ganham destaque. Desta forma, é possível que se ache vida em outros locais espaciais, antes não pesquisados pelos terrestres.

"A descoberta expande nossos conceitos sobre o que é vida. É possível que procuremos outras formas de vida fora da Terra", explicou Gallant.

Outros cientistas, no entanto, preferem manter cautela e esperar por mais provas de que a bactéria faz tudo o que seus descobridores alegam. Ouvido pela revista Science, o microbiólogo Robert Gunsalus, da Universidade da Califórnia, afirma que "ainda há muito a fazer antes de pôr esse micróbio no mapa da biologia".










    

sábado, 28 de agosto de 2010

SUGESTÕES DE LEITURA!



   LIVROS SOBRE RECICLAGEM 

                                                                                   
Lixo, Reciclagem e Sua História
Autor: Grippi, Sidney
Editora: Interciência


Reciclagem - Coleção Trabalhos Manuais em 5 Passos
Autor: Llimós, Anna
Editora: Ciranda Cultural


Meio Ambiente e Reciclagem - Um Caminho a Ser Seguido
Autor: Nani, Everton Luis
Editora: Jurua

O Saci e a Reciclagem do Lixo - Coleção Viramundo
Autor: Branco, Samuel Murgel
Editora: Moderna


A Reciclagem Integradora dos Apectos Ambientais, Sociais e Econômicos
Autor: Urani, A.; Hopstein, Graciela; Gonçalves, Pólita
Editora: DP&A
 

Manual de Reciclagem: Coisas Simples que Você Pode Fazer

Autor: Javnarama
Editora: José Olympio


Mini Larousse da Reciclagem - Série Mini Larousse
Autor: Raggiotti, Naiara
Editora: Larousse Brasil


                                                                          Reciclagem - Coleção Nosso Ambiente       
                                                                          Autor: DCL
                                                                          Editora: DCL Difusão Cultural

 Reciclagem do Plástico
 Autor: Braido, Eunice
 Editora: FTD


 A Arte da Reciclagem

Autor: Adeodato, Sérgio; Fridman, Paulo
Editora: Horizonte Geográfico


A Reciclagem do Alumínio no Brasil
Autor: Castro, Mauricio Barros de
Editora: Desiderata


Chico Papeleta - E a Reciclagem de Papel - Coleção Viramundo
Autor: Santa Rosa, Nereide Schilaro
Editora: Moderna




Lixo e Reciclagem - Coleção Preserve o Mundo
Autor: James, Barbara
Editora: Scipione



Reciclagem do Metal - Coleção O Luxo do Lixo
Autor: Braido, Eunice
Editora: FTD

sábado, 24 de julho de 2010

XOTE ECOLÓGICO


 
                        
Não posso respirar, não posso mais nadar

A terra está morrendo, não dá mais pra plantar

Se planta não nasce se nasce não dá

Até pinga da boa é difícil de encontrar

Cadê a flor que estava aqui?

Poluição comeu.

E o peixe que é do mar?

Poluição comeu

E o verde onde que está ?

Poluição comeu

Nem o Chico Mendes sobreviveu
 
                                                          Luis Gonzaga - Xote Ecológico
 
 
 



OS 5'Rs DA RECICLAGEM


Quando se fala de resíduos sólidos, ou seja, de lixo, existem as dicas dos R’s. Alguns materiais falam em 3 R’s, já outros  em 4R’s e outros em 5 R’s, afinal qual utilizar?

Antes de decidir qual conceito de R’s se aplica ao seu caso, primeiro é necessário saber o que em geral eles querem dizer:

3 R’s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

4 R’s: Reduzir, Reciclar, Reutilizar e Reintegrar.

5 R’s: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recuperar.

O primeiro conceito inventado e atualmente o mais utilizado é os 3 R’s. Já o conceito de 4 R’s está ligado a gestão dos resíduos, conforme demonstra a seguinte figura:




Os 4 R's: Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Reintegrar.


Reciclar: Mandar o produto de volta para o processamento após sua utilização, exemplo: latinha de alumínio volta para a indústria de latinhas;

Reutilizar: Após o uso, reutilizar o produto para outro fim, exemplo: pegar um pote de vidro vazio e usar para guardar moedas;

Reintegrar: Reintegrar o produto a natureza, ou seja, transformá-lo novamente em um recurso natural, exemplo: compostagem de resíduos orgânicos para fazer húmus e adubo.

Já o conceito de 5 R’s foi adaptado para favorecer processos de Educação Ambiental, pois é um conceito mais prático e mais aplicável no nosso dia a dia como consumidores.

Os 5 R's são ações práticas que, no dia a dia, podem propiciar a redução do nosso impacto sobre o planeta, melhorando a vida atual e contribuindo para com a qualidade de vida das próximas gerações. Se você já pratica alguma delas, lembre-se que é sempre possível disseminar e fazer mais.

REduzir o consumo desnecessário: e conseqüente geração de lixo é o passo inicial e a medida mais racional, que traduz a essência da luta contra o desperdício. São inúmeros os exemplos da redução de resíduos, eis algumas sugestões: Adote a prática do refil. Escolha produtos com menos embalagens ou embalagens econômicas, priorizando as retornáveis. Leve sua sacola para as compras e adquira produtos a granel. Edite textos na tela do computador e, quando não for possível evitar a cópia ou a impressão, faça-as frente e verso.

REutilizar e recuperar ao máximo antes de descartar os bens de consumo: significa ampliar a vida útil dos produtos, aumentando sua durabilidade e reparabilidade ou concedendo-lhes nova personalidade ou uso, muito comum com as embalagens retornáveis , roupas e rascunhos. Você pode inventar produtos artesanais e alternativos a partir da reutilização de embalagens de papel, vidro, plástico, metal, isopor e CDs. Utilize os dois lados do papel e monte blocos de papel-rascunho. Doe objetos que possam servir a outras pessoas.

REcuperar os materiais: as usinas de compostagem são unidades recuperadoras de matéria orgânica. Os catadores recuperam as sucatas antes delas virarem lixo.

 
REciclar materiais: devolver o material usado ao ciclo da produção poupando todo o percurso dos insumos virgens, com enorme vantagens econômicas e ambientais. O processo de reciclagem reduz a pressão sobre os recursos naturais, economiza água, energia, gera trabalho e renda para milhares de pessoas. Seja no mercado formal ou informal de trabalho. colabore implantando a coleta seletiva em sua casa ou condomínio. Cada item reciclado significa menos consumo de água, energia elétrica e matéria-prima, e desflorestamentos de uma forma geral.
 
REpensar os hábitos de consumo e descarte: é rever os nossos gastos e hábitos, o nosso estilo de vida e o nosso consumismo. Pense na real necessidade da compra determinado produto, antes de comprá-lo. Depois de consumi-lo, pratique a coleta seletiva, separando embalagens, matéria orgânica e óleo de cozinha usado, por exemplo. Jogue no lixo apenas o que não for reutilizável ou reciclável. Evite o desperdício de alimentos. Utilize também produtos de limpeza biodegradáveis. Adquira produtos recicláveis ou produzidos com matéria-prima reciclada (durável e resistente). E prefira embalagens de papel e papelão. Mude seus hábitos de consumo e descarte. Pois é preciso desmistificar igualmente a ação de “jogar fora”, porque na maior parte dos casos, o “fora” não existe.
 
Ao colocarmos em prática os 5R's estamos minimizando os impactos no meio ambiente. Propiciando assim, uma melhoria na qualidade de vida e consequentemente colaborando para salvar o planeta TERRA!
 

O LIXO NOSSO DE CADA DIA

Você já parou para pensar quanto lixo cada um de nós produz diariamente? E o volume de lixo produzido na sua rua, em seu bairro, ou em sua cidade, você sabe quanto é?

Já imaginou qual o destino final de todo esse lixo? Você sabe para onde ele vai? Alguma vez você já se perguntou sobre as conseqüências negativas que o lixo produz ao meio ambiente?

A maioria das pessoas não pára para pensar nessas coisas, pois muitos de nós não compreendemos muito bem esse assunto e alguns na verdade nem se importam tanto com todos os problemas que podem estar relacionados com o nosso lixo.

O lixo que um bairro, uma cidade ou nação produz está intimamente ligado ao modo de vida de sua população. Por exemplo, cidades e países industrializados produzem grande quantidade de lixo inorgânico. Já nas nações em desenvolvimento, nas pequenas cidades do interior, nos povoados, assentamentos rurais e nas fazendas, grande parte do lixo produzido é de origem orgânica.

Para quem não se recorda vale lembrar que o lixo orgânico é aquele originado de quaisquer seres vivos, animais e vegetais, que são facilmente decompostos pela natureza. Restos de comida, restos de frutas e verduras, restos de plantas (folhas, galhos, pedaços de madeira, serragem etc.) são alguns exemplos de lixo orgânico. Por outro lado, o lixo inorgânico é aquele que resulta de produtos industrializados (plásticos, vidros, metais etc.), que, em geral, são de difícil decomposição pela natureza, mas que podem ser reciclado pelo homem.

O lixo que produzimos pode ser classificado em quatro grupos (1) lixo domiciliar, produzido nas residências, tais como restos de alimentos e sacolas plásticas; (2) lixo comercial, produzido nos estabelecimentos comerciais como lojas, butiques, mercearias etc.; (3) lixo industrial, produzido nas indústrias, como por exemplo, restos de matérias-primas e subprodutos da produção; e (4) lixo hospitalar, produzido nos hospitais, postos de saúde, clínicas, laboratórios e farmácias.

O entendimento dos tipos de lixo e suas classificações é importante, pois à cada um deles deve ser dado uma coleta e destinação diferenciadas.

Existem muitas formas de tratamento do lixo, entre as quais: (a) aterro sanitário, (b) incineração, (c) reciclagem e (d) compostagem.

O “aterro sanitário” é a forma mais comum usada para destinar o lixo no solo. Ele consiste em espalhar e dispor o lixo em camadas cobertas com material inerte (em geral, terra e cascalho). Junto com essas medidas são construídos sistemas de drenagem para os gases (metano etc.) e líquidos (conhecido como chorume), de forma que não ocorra a poluição do meio ambiente.

A “incineração” consiste na queima controlada do lixo em fornos especialmente projetados para transformá-lo em cinzas. É um processo de desinfecção pelo calor, pelo vapor e pela água em elevadas temperaturas, sem a intervenção do trabalho manual. A incineração possui algumas desvantagens, tais como: alto custo de instalação e manutenção da usina de incineração; os gases emanados da queima do lixo são altamente poluentes; e para esse tido de tratamento há a necessidade de mão-de-obra qualificada.

A “reciclagem” é a transformação do lixo em matéria-prima. As vantagens econômicas, sociais, sanitárias e ambientais da reciclagem são amplamente reconhecidas, sendo algumas delas: diminuição da quantidade de lixo a ser aterrado; economia de energia; e geração de empregos, através da criação de indústrias recicladoras.


A “compostagem” é o método de tratamento da parcela orgânica existente no lixo. O processo de compostagem consiste na transformação de restos de origem vegetal ou animal em adubo a ser utilizado na agricultura e jardinagem, sem ocasionar riscos ao meio ambiente. A compostagem possui várias vantagens, como por exemplo: aumento da vida útil do aterro sanitário; aproveitamento agrícola da matéria orgânica, a usina de compostagem pode ser artesanal, utilizando mão-de-obra e instalações de baixo custo; além de ser um processo ambientalmente seguro.

Nenhuma dessas quatro formas de tratamento deve ser vista como algo milagroso, capaz de solucionar todos os problemas relacionados ao lixo.

Na escolha do modelo de gestão do lixo, todos os setores da sociedade devem participar. Nós não devemos deixar só a cargo da Prefeitura ou do Governo Estadual decidir qual será o destino do lixo que produzimos, pois a má gestão da coleta e destinação final do lixo afeta a todos indistintamente.

A participação coletiva nas ações e trabalhos que envolvam políticas públicas como o tratamento do lixo é fundamental, mas, além disso, cada um de nós deve também estar disposto a contribuir individualmente através de pequenos gestos diários, tais como: não jogar lixo nas ruas, praças, praias e demais áreas públicas; não pichar monumentos, muros ou fachadas de residências e estabelecimentos comerciais; depositar o lixo somente nos locais indicados pela prefeitura. Essas são algumas pequenas ações que podem fazer grandes diferenças para nossa vida e para o meio ambiente.

Giovanni Salera Júnior



Publicado no Recanto das Letras em 25/04/2007

terça-feira, 20 de julho de 2010

DIA DA AMIZADE

A amizade é um dos bens mais preciosos da vida, por isso, não poderia deixar essa data em aberto.  Dedico essa singela homenagem a todos meus amigos (as), assim como, aos simpatizantes do meu blog, meus mais novos amigos, os quais estou conquistando aqui através do meu "espaço".  Grande abraço!




 



segunda-feira, 19 de julho de 2010

ILHA DAS FLORES

Pessoal,

    O vídeo que segue abaixo retrata a miséria em seu maior grau, abordando a triste realidade dos moradores da Ilha das Flores no Sul do Brasil.
    Trabalhei com esse filme em sala e obtive êxito com a assimilação dos meus discentes no tocante a referida temática.    
    Também tive uma grata surpresa com a atuação dos alunos, os quais faziam referências às demais disciplinas utilizando como base o vídeo da Ilha das Flores.
    Sugiro a quem trabalha com a temática de Meio Ambiente que analise o filme e busque inseri-lo em sua dinâmica de aula propondo debate sobre o mesmo. É extremamente enriquecedor!






domingo, 18 de julho de 2010

Carta de 2070

Pessoal,

Eis o link para uma linda, porém triste mensagem de reflexão.
Espero que saibamos retirar dela uma lição para mantermos vivo o nosso amanhã...

http://www.youtube.com/watch?v=JW-DzkZM6YM&feature=related

TESTAMENTO DA ÁGUA


Testamento da Água




Eu estou morrendo...
Não faz muito tempo eu era limpa e corria alegre no meio das pedras. Meu sonho era chegar ao encontro do mar.
Quando Deus me criou, foi com um grande propósito: a manutenção da vida.
A minha transparência, pureza e potabilidade ficaram para trás. Fui violentada. Hoje sou turva, cheia de impurezas, às vezes fétida. Acho que estou nos meus últimos momentos. Acho que chegou a hora de fazer meu testamento.
Eu, água poluída, outrora límpida e cristalina, ainda em sã consciência, venho, por meio deste, relacionar meus bens e distribuí-los na forma da lei. Presente, as testemunhas: um ecologista; um químico; um industrial consciente, um político honesto e uma criança, todos meus beneficiários.
Para atestar e dar fé a este termo, presente o Senhor Tabelião do 1º Cartório do Meio Ambiente, com sede no resquício de mata atlântica desta cidade. Pelo presente, manifesto meus desejos de forma irrevogável.


1º - Ao ecologista deixo a minha certeza que há necessidade de cada vez mais ampliar o estudo sobre o meio ambiente. Os ecologistas, estudiosos que são, devem ser os profissionais que por intermédio de suas pesquisas e ações, abrirão os olhos da humanidade sobre a importância da preservação dos mananciais hídricos em nome da manutenção da vida no planeta.


2º Ao químico, que vive internado em seus laboratórios, deixo a minha paciência. Por longos anos esperei que as pesquisas científicas fossem capaz de produzir substâncias que me transformasse novamente em água límpida, transparente e cheia de vida. No mundo, de hoje, cada vez mais, há agentes poluidores, produzindo mais e mais lixo. Os que tentam reverter esse quadro não conseguem dar conta de sua tarefa. Haja paciência!


3º - Aos animais, aqui representados por uma onça, que por ser irracional e depender das ações dos homens, para que continue a perpetuação de sua espécie, deixo a minha capacidade de adaptação. Vez por outra seu habitat natural é modificado ou diminuído pelo homem. Ora por sua expansão econômica desordenada, ora por intermédio dos agentes poluidores derramados nos rios e lagos.
Por não ter a capacidade de defender as áreas que habitam, é meu desejo que a criança seja conscientizada para que se torne um futuro defensor dos bens da natureza, em particular os animais, como forma de legar aos seus descendentes a riqueza da fauna hoje existente.


4º- Ao industrial consciente deixo o meu espírito de luta para que o seu exemplo, de se preocupar com o meio ambiente, seja disseminado a todos os outros industriais. Aproveito a oportunidade para agradecê-lo por ter investido recursos financeiros na eliminação de detritos tóxicos e na reutilização da água consumida pela sua fábrica. Tudo isso contribuirá com a melhoria da qualidade de vida no planeta, proporcionando um crescimento sustentável.


5º- Ao político honesto deixo a minha perseverança. Acostumado que está a trocar a retórica demagógica por ações efetivas de cobrança dos governos instituídos, no que concernem as leis existentes, para que continue a insistir em seus propósitos e possa ser mais um aliado na defesa do meio ambiente. Que perseverem em manter nas mentes de seus fiéis eleitores a necessidade de defender a boa causa de manter afastado das florestas e mananciais hídricos os gananciosos empresários nacionais e estrangeiros que só visam o lucro. O que se percebe é que esses inescrupulosos empresários estão tentando reviver a colonização e a espoliação de nossas riquezas naturais. Simplesmente, usam e abusam do meio ambiente para explorar o nosso país.
As ações efetivas dos políticos honestos, comprometidos com o bem comum, devem continuar vencendo aqueles que, dia após dia, só tem como propósito se locupletarem em nome de um falso progresso, conseguindo com isso, tão somente, a destruição do meio ambiente, comprometendo a vida na terra.


6º - Finalmente, à criança deixo a minha esperança de que por suas atitudes, no presente e no futuro, se torne uma pessoa consciente da importância da preservação dos mananciais hídricos puros e livres da poluição, que garantirão a vida na Terra. A criança é a esperança do mundo. É o herdeiro dos bens da natureza. Por tudo isso, deve ser preparado para receber no futuro a maior herança da humanidade: o direito à vida.
A educação infantil deve incluir, em todos os anos de estudo, os ensinamentos de como cuidar do meio ambiente. Como conseqüência disso, resultará um adulto capaz de lutar por um mundo melhor.

7º - Aos governantes, que detém a responsabilidade da manutenção dos objetivos vitais da nação, que fique a mensagem de que suas parcas ações têm sido extremamente danosas às gerações presentes e futuras. A inépcia tem sido a tônica. A falta de atitudes coerentes com os discursos eleitoreiros está cansando a população. Em resumo, devem deixar a retórica demagógica para partirem para ações realmente efetivas. Não basta ter um país com imensas riquezas naturais, é preciso ter visão de futuro e comprometimento com o crescimento sustentado, protegendo com firmeza o que nos foi legado por nossos antecessores, ou mesmo, corrigindo o que foi feito de forma errada.


Por fim, para que se cumpram os meus desejos, manifestados nesse testamento, convoco a todos os seres humanos que venham a tomar conhecimento deste documento a se tornarem fiscalizadores do seu cumprimento, em nome de sua própria e da sobrevivência das futuras gerações.

Assinado: Água Viva Quase Morta da Silva.

Texto de autoria de Mário Fontes